O uso de cosméticos vem de longa data. Na antiguidade os egípcios faziam uso do khol (pigmento preto), o verde de malaquita e o cinabre para pintar os olhos e a face, enquanto há relatos dos gregos acerca de uso de cosméticos nos hábitos de higiene e outros procedimentos.
O rímel (máscara de cílios) é um item de maquiagem considerado indispensável por vários usuários, com a finalidade de destacar os olhos dando efeito alongado ou volumoso para os cílios, ou realçando a cor dos mesmos.
Esses produtos são classificados como Cosméticos Grau 1 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e são isentos de registro, sendo necessário apenas a Empresa estar regularizada e notificar a comercialização do produto.
Composição
Atualmente, em relação a composição, existem dois tipos principais de rímel fabricados:
- anidro (não contém água na sua composição), sendo formulados basicamente de óleos e ceras, o que gera resistência à água;
- emulsão, sendo utilizados emulsificantes, agentes cerosos, água e óleos.
As formulações de emulsões permitem uma remoção descomplicada, porém borram com facilidade.
Portanto, para tornar uma máscara “à prova d’água”, acrescenta-se à sua formulação silicones que melhoram a aderência dos pigmentos aos cílios.
Esses produtos devem ser formulados cuidadosamente, permitindo uma fácil aplicação, de forma homogênea, sem borrar, irritar ou causar toxicidade.
Pigmentos
Com exceção das máscaras incolores, as máscaras para cílios podem conter todos os tipos de pigmentos.
Esses pigmentos são de origem vegetal ou são pigmentos inorgânicos, como derivados de carbono e ferro para cores pretas, marrons e vermelhas, e azul ultramarino para cores azuis e verdes e lacas.
Conservantes
Por ser aplicado em uma região úmida ideal para o desenvolvimento de fungos, bactérias e outros microrganismos, sua formulação deve incluir conservantes.
Proporcionando ao produto proteção contra contaminação microbiológica, garantindo a segurança e a vida útil do item, sendo geralmente utilizado os parabenos.
Ceras
As ceras (de origem animal como de abelha, a lanolina e do pêlo de ovelhas, ou sintetizadas a partir do petróleo como a vaselina), que também são impermeáveis à água, são utilizadas para dar consistência, ajudando a melhorar o espalhamento dos pigmentos, garantindo que não vão manchar nem escorrer durante a utilização.
Utilização
A diferença entre os efeitos das máscaras para cílios está nas cerdas (escova) que irá ditar a quantidade de rímel por estarem mais ou menos densamente dispostas, com variados graus de flexibilidade.
Existem 5 formatos de cerdas mais comuns:
- para volume: cerdas curtas e grossas que retém o produto entre elas;
2. para comprimento: cerdas finas, curtas e duras que alongam sem deixar o produto acumular;
3. natural: cerdas “escovinha” para mais naturalidade ao olhar, atingindo os cílios em toda a sua extensão e de maneira uniforme;
4. para curvar: cerdas curvadas que são ideais para quem tem cílios mais retos ou caídos;
5. para complementar: cerdas “ouriço”, que permitem passar o produto em qualquer ângulo e com menos chances de borrar na aplicação.
Atenção
Embora a máscara para cílios possua conservantes na sua composição, existem dados na literatura científica que indicam descartar o produto após 3 meses de uso, considerando o uso diário.
Isso se deve por causa do crescimento microbiano e por ser aplicado na área dos olhos.
Deve-se ressaltar também que limpar a escova não é suficiente, pois o que conta para o crescimento microbiano é o tubo.
Além disso, a remoção do produto dos cílios também é importante, principalmente para aqueles que são impermeáveis.
Isso exige outros produtos cosméticos, como demaquilantes bifásicos, para que não gere trauma nas pálpebras ao esfregar com água e sabonete e, também, para que os cílios não se rompam e caiam.
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Autoras: Lethícia Carvalho Pereira, Emeli Moura de Araújo e Samanta Cardozo Mourão
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