Os perigos do uso de cosméticos falsificados para a saúde

Autores: Lívia Maria Linck Teixeira e Emeli M. de Araújo

A proliferação da comercialização de cosméticos falsificados representa uma ameaça à saúde pública em escala global e aumenta a cada ano. A OMS estima que até 30% dos cosméticos em mercados emergentes podem ser falsificados, tornando-se um problema de saúde significativo (OMS, 2017). Embora esses produtos possam parecer atraentes devido ao seu preço mais baixo, de acordo com o documentário “Desserviço ao Consumidor” disponível na Netflix, a utilização de produtos falsificados é de alto perigo, observando de fato que, em contato com a pele humana, pode haver a ocorrência riscos à saúde devido à falta de controle de qualidade, ingredientes desconhecidos e condições de fabricação precárias.

A produção e comercialização de cosméticos falsificados envolve uma série de práticas ilegais que objetivam criar produtos que imitem visualmente os produtos autênticos, de marcas populares e de luxo,de modo a enganar os consumidores. Tais produtos podem ser encontrados principalmente em mercados virtuais e vendedores ambulantes. 

Os fabricantes de cosméticos falsificados geralmente não apresentam autorização de funcionamento da ANVISA e não seguem os rigorosos padrões de boas práticas de fabricação, como já foi antes abordado na nossa matéria sobre E-commerce de produtos cosméticos que você pode acessar em: [https://prouc.uff.br/e-commerce-de-produtos-cosmeticos/#more-1965]  e controle de qualidade que as empresas regulamentadas de cosméticos seguem. Também é válido destacar que a embalagem é outra parte crucial da produção dessas falsificações, uma vez que são projetadas para se assemelhar às das marcas autênticas, copiando logotipos, design, cores e outros elementos. 

Um dos principais aspectos da produção de cosméticos falsificados envolve a utilização de ingredientes de baixa qualidade ou substituição de ingredientes caros por alternativas mais baratas, ou até mesmo a não inclusão de determinado ativo no produto. Além disso, cosméticos falsificados muitas vezes contêm ingredientes não declarados ou substâncias tóxicas em níveis perigosamente altos. Um relatório conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Interpol em 2017 identificou produtos falsificados contendo substâncias como mercúrio, chumbo e arsênico. A exposição a essas substâncias pode resultar em envenenamento, alergias e, em casos graves, câncer (OMS e Interpol, 2017).

Reações alérgicas e irritações cutâneas também são riscos associados a cosméticos falsificados. Um estudo publicado no Journal of Cosmetic Dermatology em 2019 encontrou uma alta incidência de ingredientes alergênicos não declarados, como fragrâncias e conservantes, em produtos falsificados, levando a reações adversas na pele (Fruijtier-Pölloth, C., 2019).

Um estudo publicado no Journal of Applied Microbiology em 2015 revelou que cosméticos falsificados podem estar contaminados com bactérias patogênicas, como Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Essa contaminação microbiana pode levar a infecções graves da pele e dos olhos, colocando a saúde em risco (Sivasankar, P., et al., 2015).

Dessa forma, as evidências científicas são claras: cosméticos falsificados apresentam riscos graves à saúde. Para proteger-se desses perigos opte por lojas autorizadas, sites oficiais e vendedores respeitados, também não se esqueça de  verificar as embalagens, observe os rótulos, erros de ortografia e a qualidade da embalagem. Além disso, leia as avaliações, pesquise a reputação da marca e do vendedor. Por fim, promova a conscientização aos amigos e familiares sobre os perigos do consumo dos cosméticos falsificados, para que eles também possam se prevenir, além de poderem propagar a informação para mais pessoas.

Referências:

  1. Desserviço ao Consumidor. CECHIN-DE LA ROSA, Chris (Rotten); COLLINS, Christopher. 2019. Episódio 1, Mundo dos cosméticos. [Streaming]. Netflix. URL [https://www.netflix.com/br/title/81002391]   
  2. OMS e Interpol. 2017. Counterfeit Medicines and Medical Devices: World Health Organization.
  3.  Sivasankar, P., et al. 2015. Microbial contamination of cosmetic creams and antiseptic solutions in Egypt: a public health hazard. Journal of Applied Microbiology, 119(5), 1265-1274.
  4. Fruijtier-Pölloth, C. 2019. Adverse effects of cosmetics and toiletries: A retrospective study in the general population. Journal of Cosmetic Dermatology, 18(3), 830-837.

Como armazenar cosméticos

Autores: Beatriz Gonçalves da Luz e Emeli M. de Araujo

Há algum tempo o uso da “geladeira para produtos de skincare” (Figura 1) surgiu como uma nova tendência para acondicionar os itens e cosméticos que fossem utilizados para o cuidado do rosto, como cremes, géis, séruns e loções faciais. O armazenamento dos cosméticos na geladeirinha se baseia no sensorial dos produtos refrigerados e na alegação de aumentar a estabilidade dos mesmos, uma vez que, dependendo do modelo, o eletrodoméstico pode atingir uma faixa de temperatura mínima de 5-10°C.

Figura 1: Geladeira para armazenamento de produtos de skincare.

Apesar do item despertar no consumidor o desejo por um lugar específico para guardar seus produtos, o armazenamento de cosméticos deve ser realizado de forma correta para que o mesmo mantenha as características até o término ou o prazo de validade, o que não necessariamente inclui mantê-los sob refrigeração. 

Uma vez que os produtos são refrigerados, as suas características sensoriais podem ser modificadas, o que pode trazer uma sensação refrescante durante o uso. Entretanto, dependendo das características do produto, pode haver alteração na viscosidade do produto, solidificação ou até mesmo crescimento de cristais se o mesmo for armazenado em baixas temperaturas, portanto o consumidor deve ficar atento a alterações no produto.

Além disso, os cosméticos são desenvolvidos, formulados e testados para se manterem estáveis em diferentes condições. Os conservantes, como visto em uma das nossas últimas publicações, são utilizados nas formulações dos cosméticos para manter a quantidade de microrganismos em níveis aceitáveis e geralmente a validade do produto indica teste realizado à temperatura ambiente. Quanto a validade do mesmo é em geladeira, existe indicação no rótulo

Mas, será que armazenar em geladeira realmente inibe o crescimento de microrganismos?  A temperatura é um dos principais fatores que afetam o crescimento dos microrganismos, podendo estimular ou inibir o crescimento dos mesmos.  Existem microrganismos que crescem bem em diferentes temperaturas: 

  • Termófilos: crescem bem em torno de 60°C; 
  • Psicrófilos: crescem bem em temperaturas mais baixas, em torno de 10°C; 
  • Mesófilos: ótimo crescimento entre 20 e 40°C; 
  • Psicotróficos: temperatura ótima de crescimento entre 25 e 30°C. 

Porém, microrganismos psicotrópicos podem crescer sob refrigeração, portanto acondicionar o produto na geladeira não garante a inibição do crescimento dos mesmos. Outra questão é que vivemos em um país onde muitas cidades tem altas temperaturas, portanto armazenar em geladeira pode ser interessante para reduzir reações de degradação na formulação. 

Em geral, armazenar os cosméticos em locais sem umidade, ao abrigo de luz e com pouca variação de temperatura já é suficiente para que se mantenham em bom estado. Em casos de dúvidas, algumas embalagens possuem orientações de como acondicionar o cosmético, basta procurar pela informação na embalagem primária ou, caso tenha, na embalagem secundária. Ainda, é possível consultar um farmacêutico para receber orientação adequada.

Referências

Beleza na web. Geladeira de skincare: usar ou não usar? 2021. Acesso em: 04 Set 2023. Disponível em: https://www.belezanaweb.com.br/loucas-por-beleza/geladeira-de-skincare-usar-ou-nao-usar/#:~:text=Quais%20os%20benef%C3%ADcios%20de%20usar%20a%20geladeira%20de%20skincare%3F&text=A%20geladeira%20tamb%C3%A9m%20atua%20como,e%20bact%C3%A9rias%20nos%20cosm%C3%A9ticos%20abertos

Coisa de Diva. Mini Geladeira de Beleza. 2020. Acesso em: 04 Set 2023. Disponível em: https://www.coisasdediva.com.br/2020/06/mini-geladeira-de-beleza/

Oceane. Mini Geladeira Rosa. Acesso em: 04 Set 2023. Disponível em: https://www.oceane.com.br/mini-geladeira-rosa-tomada–skincare-fridge-ap2000894cuni/p?idsku=30087&idtag=d20f0d65-4b34-46c5-83ad-128d921c2984&utm_source=Google&utm_medium=cpa&utm_campaign=Shopping&gclid=CjwKCAjwo9unBhBTEiwAipC111nBWgZ-gWLy9xs3QDAHIMWxiurQz-6f-RqPmcLFuafuUD4xNDXIeRoCtq8QAvD_BwE 
UFRGS. Como fazer pão. Acesso em: 04 Set 2023. Disponível em: https://www.ufrgs.br/alimentus1/pao/fermentacao/fer_crescimento03.htm

Cosméticos Sustentáveis: Beleza que Cuida do Planeta

Autores: Denise da Silveira e Emeli M. de Araújo

Pequenas alterações no nosso dia-a-dia podem levar a grandes mudanças a longo prazo. Ao informar os consumidores sobre a natureza de suas escolhas, é possível demonstrar como um movimento coletivo em direção ao consumo responsável pode impactar positivamente as cadeias de produção e forçar a indústria de cosméticos a adotar práticas e fornecer produtos mais sustentáveis.

Orientando consumidores para uma mudança consciente através do consumo responsável, a busca pela beleza não pode mais ser separada da preocupação com a sustentabilidade. No cenário atual, a educação dos consumidores desempenha um papel fundamental na busca por um futuro mais equilibrado e ambientalmente saudável. 

O consumo de forma consciente e responsável dos produtos de higiene pessoal e cosméticos não apenas ajuda a preservar o planeta, mas também reflete uma nova ética, em que a beleza está profundamente ligada ao respeito pelo meio ambiente e pela saúde global.

Cada vez mais, as ações individuais têm impactos coletivos significativos, e é nesse contexto que a conscientização sobre o consumo responsável se torna crucial. Educar os consumidores para adotarem comportamentos mais sustentáveis não apenas promove a preservação do meio ambiente, mas também empodera as pessoas ao mostrar que suas escolhas cotidianas podem fazer a diferença de forma positiva.

A preferência por ingredientes que não contenham compostos prejudiciais à saúde humana e ao ecossistema atua como um impulso para que as empresas adotem abordagens mais responsáveis na criação de suas formulações. Em nosso site é possível acompanhar uma série de matérias que explicaram melhor o assunto.

Embalagens Eco-friendly https://prouc.uff.br/cosmetico-sustentavel/ 

Selos de certificação https://prouc.uff.br/selos-de-certificacao-cosmeticos-conscientes/#more-2296 

Marcas com propósito e que buscam o desenvolvimento sustentável https://prouc.uff.br/desenvolvimento-sustentavel-e-ods/  

Trocas sustentáveis de vários produtos como conservantes (https://prouc.uff.br/ingredientes-cosmeticos-problemas-e-alternativas-sustentaveis-conservantes/) ; emolientes (https://prouc.uff.br/ingredientes-cosmeticos-problemas-e-alternativas-sustentaveis-emolientes/ ); corantes e fragrâncias (https://prouc.uff.br/ingredientes-cosmeticosproblemas-e-alternativas-sustentaveis-corantes-e-fragrancias/ ) entre outros.

O consumo sustentável nos cosméticos transcende a mera aquisição de produtos; é um movimento que reflete uma nova consciência em relação à beleza e ao bem-estar do planeta. À medida que os consumidores reconhecem o poder de suas escolhas, eles moldam a indústria de cosméticos em direção a práticas mais responsáveis e éticas. Optar por cosméticos sustentáveis não é apenas uma decisão de beleza inteligente, mas também uma demonstração de apoio a um mundo mais equilibrado, saudável e belo para as gerações futuras.

Ingredientes cosméticos: Problemas e Alternativas Sustentáveis (pH, Quelantes e Antioxidantes)

Autores: Brenda Demier e Emeli M. de Araúlo

pH

O pH é o potencial hidrogeniônico, cuja escala varia de 0 a 14. Quando o pH for igual a 7,0, indica que é neutra; pH abaixo de 7,0 é ácido, enquanto pH acima de 7,0 é básico (alcalino). Cada região do corpo apresenta um pH diferente, mas em média o pH ideal para a pele humana é  de 4,7. Formulações com pH diferentes da pele podem causar ressecamento da pele, danos aos fios de cabelo ou até mesmo favorecer a acne.

Para ajustar o pH das formulações cosméticas são utilizados ácidos ou bases. Para reduzir o pH da fórmula os ingredientes mais utilizados são ácido lático e cítrico, que podem ser de origem natural (vegetal ou animal) e sintética. Já para aumentar o pH são usadas substâncias básicas como: dietanolamina e trietanolamina (que contém resíduos de nitrosaminas que são cancerígenas);  aminometilpropanol e os hidróxidos de potássio, cálcio e magnésio. , que além de serem sintéticos podem causar irritações. Como alternativa natural, pode-se citar a L-arginina, porém, ainda é um ingrediente caro.

QUELANTES

Os agentes quelantes, também conhecidos como sequestrantes, são substâncias que agem complexando íons metálicos, auxiliando na manutenção da qualidade e validade do produto por evitar a oxidação.

O quelante mais utilizado em formulações cosméticas é o EDTA (sal sódico do ácido etileno-diamino-tetracético) que age quelando cobre, ferro, magnésio, zinco e cálcio. Porém, esse agente provém de matéria prima sintética, além de ser pouco biodegradável, contribui para a bioacumulação de metais pesados no ambiente. Como alternativa sustentável para esses agentes quelantes, temos o ácido fítico (hexafosfato de mioinositol), que é um quelante natural, proveniente de nozes, sementes e grãos. Ademais, possui excelente efeito quelante e é biodegradável, porém, ainda necessita de alto investimento. Outra alternativa é o ácido etileno diamino di-succínico (EDDS), que além de ser biodegradável é um isômero do EDTA.

Cadeia carbônica EDTA

ANTIOXIDANTES

A oxidação é o processo que leva uma matéria prima a se decompor e perder sua função. Para evitar esse processo, são empregados nas formulações cosméticas os antioxidantes, que são substâncias químicas que tem como objetivo retardar ou evitar o processo de oxidação de ingredientes da formulação.

A oxidação de um produto é catalisada pela luz, temperatura, radiação UV, pH e por contaminantes presentes no meio, como metais pesados, por exemplo.

Esse processo químico é prejudicial aos cosméticos, pois causam dano às propriedades físico-químicas da formulação, como o aspecto, cor e odor, além de comprometer a validade, assim, diminuindo a eficácia do produto. 

Os antioxidantes sintéticos mais utilizados nos cosméticos são o butil-hidroxi-tolueno (BHT) e o butil-hidroxi-anisol (BHA). Porém, possuem efeitos carcinogênicos, podendo também causar disrupções endócrinas e irritações na pele. Como alternativa natural para esses antioxidantes sintéticos, temos vitaminas e seus derivados, como o alfa tocoferol e o ácido ascórbico, popularmente conhecidos como vitamina E e vitamina C, respectivamente. 

Outros antioxidantes naturais encontrados são: flavonóides da semente de uva, polifenóis de romã (ácido elágico e punicalagina) e Óleo de semente de Camellia assamica.

É importante lembrar que os antioxidantes também podem ser encontrados como ativos em formulações cosméticas com a finalidade de prevenir o fotoenvelhecimento, pois neutralizam os radicais livres na pele e inibem a síntese acelerada de metaloproteinases, que degradam moléculas de colágeno.

Bibliografia

MATOS, S. P. Cosmetologia Aplicada. 1a edição. Ed. Erica. 2014.

Ribeiro, Cláudio. Formulação de cosméticos orgânicos. Grupo Rosatex, Guarulhos SP, Brasil, vol 21, p. 56 a 64, set 2009 https://www.cosmeticsonline.com.br/ct/painel/class/artigos/uploads/45ac6-CT215_56-64.pdf

CASTANO AMORES, Celia; HERNANDEZ BENAVIDES, Pablo José. Antioxidant actives in the formulation of anti-aging cosmetic products. Ars Pharm,  Granada ,  v. 59, n. 2, p. 77-84,  jun.  2018 .   Disponible en <http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2340-98942018000200003&lng=es&nrm=iso>. accedido en  31  agosto  2023.  https://dx.doi.org/10.30827/ars.v59i2.7518.

Ingredientes Cosméticos: Problemas e Alternativas Sustentáveis (Conservantes)

Autores: Beatriz Gonçalves da Luz e Emeli M. de Araújo.

Os produtos de higiene pessoal e cosméticos são produtos para uso tópico em pele, cabelos e mucosas. Por serem de uso externo é permitido pela ANVISA a presença de microorganismos, portanto são produtos não estéreis. A Resolução 630, de 10 de Março de 2022 da ANVISA estabelece o limite de fungos e bactérias que podem estar presentes nestes produtos, seja de grau 1 ou grau 2 (Regularização de Cosméticos). Essa resolução divide os cosméticos em dois tipos: Tipo 1 (produtos para uso infantil, área dos olhos e que entram em contato com mucosas) e Tipo 2 (demais produtos susceptíveis a contaminação). Os limites estão descritos na Tabela abaixo. 

Tabela 1: Limites de microrganismos em cosméticos (ANVISA, 2022).

É importante destacar que estes produtos devem ser isentos de microorganismos patogênicos que causam lesões na pele e mucosas como  as bactérias Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, assim como coliformes fecais e totais devem estar ausentes em todos os tipos de cosméticos. (Tabela 1). 

Por outro lado, outros microrganismos considerados não patogênicos podem estar presentes desde que dentro dos limites estabelecidos, pois mesmo que não causem danos de forma direta ao consumidor, podem alterar as características do cosmético. 

Assim, os conservantes se fazem necessários para impedir que esses limites sejam extrapolados, pois são capazes de inibir o crescimento de microrganismos durante a estocagem. Alguns conservantes são bem estabelecidos para aplicação em cosméticos, inclusive há uma lista regulamentada sobre quais conservantes são permitidos e as quantidades máximas que podem ser utilizadas, a RDC 528 da ANVISA pode ser consultada aqui

Entretanto, determinados conservantes utilizados em cosméticos podem causar danos para seres humanos, para animais e para o meio ambiente, por exemplo: 

  • Parabenos: após longo prazo, podem atuar como disruptores endócrinos, influenciando os níveis de estrogênio e estando associados ao desenvolvimento de câncer de mama. 
  • Formaldeído: pode causar irritação e alergia de contato em diferentes partes do corpo; 
  • Fenoxietanol: quando em concentrações elevadas, pode induzir irritação leves e moderadas na pele.

Sabendo desses riscos, buscar e usar alternativas de conservantes livres de riscos para o uso em humanos garante que o consumidor terá acesso a cosméticos eficazes e seguros. Algumas alternativas estão listadas abaixo: 

  • Alternativas sintéticas: ácido benzóico e benzoato de sódio, ácido sórbico e sorbato de potássio, ácido salicílico e álcool benzílico;
  • Alternativas naturais: alecrim e Santolina chamaecyparissus
  • Uso de insumos não susceptíveis a contaminação;
  • Uso de insumos com propriedade conservante secundária: caprilato de glicerila (coemulsificante), álcool feniletílico (aromatizante presente em flores e frutos), levulinato de sódio (emoliente).

Apesar do risco associado, alguns conservantes ainda são permitidos por lei em concentrações adequadas para aplicação em cosméticos, porém é possível que os consumidores se atentem a lista de ingredientes dos seus cosméticos, a fim de escolher aqueles que possuem conservantes que não representem riscos para a saúde humana.

Referências

Al-Halaseh, L.K.; Al-Adaileh, S.; Mbaideen, A.; Abu Hajleh, M.N.; Al-Samydai, A.; Zakaraya, Z.Z.; Dayyih, W.A. Implication of parabens in cosmetics and cosmeceuticals: Advantages and limitations. Journal of Cosmetic Dermatology. 2022, v. 21 (8), p. 3265-3271. Disponível em: https://doi.org/10.1111/jocd.14775

B. Dréno, B.; Zuberbier, T.; Gelmetti, C.; Gontijo, G.; Marinovich, M. Safety review of phenoxyethanol when used as a preservative in cosmetics. 2019, v. 33 (S7), p. 15-24. Disponível em: https://doi.org/10.1111/jdv.15944 

BRASIL. Ministério da Saúde. RDC nº 528, de 04 de Agosto de 2021, dispõe sobre a lista de substâncias de ação conservante permitidas para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e internaliza a Resolução GMC MERCOSUL nº 35/20. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil. Brasília, 11 Ago 2021. Acesso em: 27 Ago 2023. Disponível em: http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/5284308/RDC_528_2021_.pdf/b5f44e81-46ca-4eb5-a5f9-8e84ed067400 

BRASIL. Ministério da Saúde. RDC nº 630, de 10 de Março de 2022, estabelece parâmetros para controle microbiológico de produtos cosméticos. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil. Brasília, 09 Mar 2022. Acesso em: 28 Ago 2023. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-rdc-n-630-de-10-de-marco-de-2022-386107555  

Lv, C.; Hou, J.; Xie, W.; Cheng, H. Investigation on formaldehyde release from preservatives in cosmetics. International Journal of Cosmetic Science. 2015, 37 (5), 474-478. Disponível em: https://doi.org/10.1111/ics.12212 

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