Autores: Brenda Demier e Emeli M. de Araújo

pH

O pH é o potencial hidrogeniônico, cuja escala varia de 0 a 14. Quando o pH for igual a 7,0, indica que é neutra; pH abaixo de 7,0 é ácido, enquanto pH acima de 7,0 é básico (alcalino). Cada região do corpo apresenta um pH diferente, mas em média o pH ideal para a pele humana é  de 4,7. Formulações com pH diferentes da pele podem causar ressecamento da pele, danos aos fios de cabelo ou até mesmo favorecer a acne.

Para ajustar o pH das formulações cosméticas são utilizados ácidos ou bases. Para reduzir o pH da fórmula os ingredientes mais utilizados são ácido lático e cítrico, que podem ser de origem natural (vegetal ou animal) e sintética. Já para aumentar o pH são usadas substâncias básicas como:

  • dietanolamina e trietanolamina (que contém resíduos de nitrosaminas que são cancerígenas); 
  • aminometilpropanol e os hidróxidos de potássio, cálcio e magnésio, que além de serem sintéticos podem causar irritações.

Como alternativa natural, pode-se citar a L-arginina, porém, ainda é um ingrediente caro.

Quelantes

Os agentes quelantes, também conhecidos como sequestrantes, são substâncias que agem complexando íons metálicos, auxiliando na manutenção da qualidade e validade do produto por evitar a oxidação. O quelante mais utilizado em formulações cosméticas é o EDTA, ou sal sódico do ácido etileno-diamino-tetracético, (Figura 1) que age quelando cobre, ferro, magnésio, zinco e cálcio. Porém, esse agente provém de matéria prima sintética, além de ser pouco biodegradável, contribui para a bioacumulação de metais pesados no ambiente.

Como alternativa sustentável para esses agentes quelantes, temos o ácido fítico (hexafosfato de mioinositol), que é um quelante natural, proveniente de nozes, sementes e grãos. Ademais, possui excelente efeito quelante e é biodegradável, porém, ainda necessita de alto investimento. Outra alternativa é o ácido etileno diamino di-succínico (EDDS), que além de ser biodegradável é um isômero do EDTA.

Figura 1: Cadeia carbônica EDTA.

Antioxidantes

A oxidação é o processo que leva uma matéria prima a se decompor e perder sua função. Para evitar esse processo, são empregados nas formulações cosméticas os antioxidantes, que são substâncias químicas que tem como objetivo retardar ou evitar o processo de oxidação de ingredientes da formulação. A oxidação de um produto é catalisada pela luz, temperatura, radiação UV, pH e por contaminantes presentes no meio, como metais pesados, por exemplo.

Esse processo químico é prejudicial aos cosméticos, pois causam dano às propriedades físico-químicas da formulação, como o aspecto, cor e odor, além de comprometer a validade, assim, diminuindo a eficácia do produto. 

Os antioxidantes sintéticos mais utilizados nos cosméticos são o butil-hidroxi-tolueno (BHT) e o butil-hidroxi-anisol (BHA). Porém, possuem efeitos carcinogênicos, podendo também causar disrupções endócrinas e irritações na pele. Como alternativa natural para esses antioxidantes sintéticos, temos vitaminas e seus derivados, como o alfa tocoferol e o ácido ascórbico, popularmente conhecidos como vitamina E e vitamina C, respectivamente. 

Outros antioxidantes naturais encontrados são:

  • flavonóides da semente de uva;
  • polifenóis de romã (ácido elágico e punicalagina);
  • óleo de semente de Camellia assamica.

É importante lembrar que os antioxidantes também podem ser encontrados como ativos em formulações cosméticas com a finalidade de prevenir o fotoenvelhecimento, pois neutralizam os radicais livres na pele e inibem a síntese acelerada de metaloproteinases, que degradam moléculas de colágeno.

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Referências:

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